Querem que a PM enxugue gelo
ou use a lei para prevenir o crime?
A
prisão de três policiais militares do 1º
BPM repercutiu forte dentro do quartel em Maceió. A atitude punitiva do alto
comando da PM em não gostarem da reação da guarnição que mostraram que mesmo
diante de fragrante de posse e porte ilegal de armas, Maria Cícera, foi solta. A rigor, a prisão de forma assombrosa, poderá
afeta toda tropa, que tem combatido as mazelas da sociedade. O serviço policial
com dedicação, zelo e ética profissional, foi abalado, e tudo que positivamente
estava dando certo, poderá ser jogado na lama. A verdade é posta de lado quando
no entendimento do judiciário alagoano as provas do crime não refletiram em
punição para traficante de armas.
Querer
diminuir a população carcerária com audiências de custodias, tem alto preço. Delinquentes
sem passagem pela policia podem ficar em liberdade mesmo diante de fragrantes
como o caso da Maria Cícera. Em todo Brasil, a
revolta e os questionamentos dos PMs quanto a essa nova modalidade do judiciário
brasileiro, é grande. De um lado o PM que efetuou a prisão desmoralizado e
impotente, e do outro bandidos que continuaram atuar sem serem incomodados.
Foram
oito armas retiradas de circulação, armas tais que seriam usadas para promover
assaltos e tira vidas de inocentes. Maria
Cícera Oliveira Lima Santos, que alugava suas armas para bandidos cometerem
delitos de todo tipo em Maceió, era só alegria.
Ademais, são cobrados valores estipulados pelos juízes nessas audiências
e que são pagos em dinheiro.
Na
audiência de custodia, para surpresa da guarnição, que apreendeu oito revólveres calibre 38 e 32 na casa da
acusada e levada para a delegacia, simplesmente o juiz a colocou e liberdade.
Nas alegações do juiz ela não representa perigo para a sociedade. Conta outra juiz! A indignação da tropa que
trabalha todos os dias nas ruas sob estresse total não conta? Querem que a PM
enxugue gelo ou use a lei para prevenir o crime?
Na
verdade, na avaliação do comando da PM e parte do judiciário, o que os PMs
fizeram foi uma afronta ao poder judiciário, criticando a soltura da traficante
de armas. Mas não foi isso mão, eles foram mostrar para a sociedade que pagam
seus tributos, que eles fizeram suas partes e não terão nenhuma
responsabilidade com o que possa acontecer depois. Para o comando e a
corregedoria da PM o ato fere os princípios da corporação: “comprometeu o prestígio e a imagem da
corporação, além de criticar de forma irônica”.
Três
PMs presos por não aceitar e criticar positivamente indiretamente o juiz que
soltou uma traficante de armas compromete o prestigio da PM? Não, na visão dos
PMs indignados com essa punição, o que compromete o
prestígio e a imagem da corporação é a inércia e a subserviência da PM
em atos desastrosos de juízes contra um ação e reação de três PMs que querem
mudanças e não se conformar com a desordem e o crime.
O que está acontecendo no Rio de Janeiro é o reflexo do que
poderá acontecer em breve aqui em Alagoas. Com essas medidas punitivas para PMs
que usarem criticar o judiciário ou a própria segurança pública, muitos PM
agiram de forma deferente diante de uma abordagem dessa. Já que o bandido tem mais direito que a
guarnição, não se assustem quando o número de armas apreendidas cair e drogas e
carros roubados não forem descobertos.
O que a justiça e as medidas adotadas pela Corregedoria estão
fazendo, cooperara indiretamente para aumentar o número de PMs corrompidos
pelo sistema do crime organizado. Pois bem, já se escuta nos bastidores dos
quartéis que muitos PMs não vão mais apreender armas nem drogas. Sim, foi o que
aconteceu no Rio uma tropa desmotivada, baixos salários e confronto com o
judiciário apoiado pela alta cúpula da segurança. Hoje, a PM do Rio padece submergida na
corrupção, crimes e envolvimentos com traficantes e milicianos. É isso que queremos para Alagoas?