sábado, 17 de fevereiro de 2018




Querem que a PM enxugue gelo 

ou use a lei para prevenir o crime?




A prisão de três policiais militares do 1º BPM repercutiu forte dentro do quartel em Maceió. A atitude punitiva do alto comando da PM em não gostarem da reação da guarnição que mostraram que mesmo diante de fragrante de posse e porte ilegal de armas, Maria Cícera, foi solta. A rigor, a prisão de forma assombrosa, poderá afeta toda tropa, que tem combatido as mazelas da sociedade. O serviço policial com dedicação, zelo e ética profissional, foi abalado, e tudo que positivamente estava dando certo, poderá ser jogado na lama. A verdade é posta de lado quando no entendimento do judiciário alagoano as provas do crime não refletiram em punição para traficante de armas.





Querer diminuir a população carcerária com audiências de custodias, tem alto preço. Delinquentes sem passagem pela policia podem ficar em liberdade mesmo diante de fragrantes como o caso da Maria Cícera. Em todo Brasil, a revolta e os questionamentos dos PMs quanto a essa nova modalidade do judiciário brasileiro, é grande. De um lado o PM que efetuou a prisão desmoralizado e impotente, e do outro bandidos que continuaram atuar sem serem incomodados.  
Foram oito armas retiradas de circulação, armas tais que seriam usadas para promover assaltos e tira vidas de inocentes.  Maria Cícera Oliveira Lima Santos, que alugava suas armas para bandidos cometerem delitos de todo tipo em Maceió, era só alegria.  Ademais, são cobrados valores estipulados pelos juízes nessas audiências e que são pagos em dinheiro.
Na audiência de custodia, para surpresa da guarnição, que apreendeu oito revólveres calibre 38 e 32 na casa da acusada e levada para a delegacia, simplesmente o juiz a colocou e liberdade. Nas alegações do juiz ela não representa perigo para a sociedade.  Conta outra juiz! A indignação da tropa que trabalha todos os dias nas ruas sob estresse total não conta? Querem que a PM enxugue gelo ou use a lei para prevenir o crime?
Na verdade, na avaliação do comando da PM e parte do judiciário, o que os PMs fizeram foi uma afronta ao poder judiciário, criticando a soltura da traficante de armas. Mas não foi isso mão, eles foram mostrar para a sociedade que pagam seus tributos, que eles fizeram suas partes e não terão nenhuma responsabilidade com o que possa acontecer depois. Para o comando e a corregedoria da PM o ato fere os princípios da corporação: “comprometeu o prestígio e a imagem da corporação, além de criticar de forma irônica”.



Três PMs presos por não aceitar e criticar positivamente indiretamente o juiz que soltou uma traficante de armas compromete o prestigio da PM? Não, na visão dos PMs indignados com essa punição, o que compromete o prestígio e a imagem da corporação é a inércia e a subserviência da PM em atos desastrosos de juízes contra um ação e reação de três PMs que querem mudanças e não se conformar com a desordem e o crime.     
O que está acontecendo no Rio de Janeiro é o reflexo do que poderá acontecer em breve aqui em Alagoas. Com essas medidas punitivas para PMs que usarem criticar o judiciário ou a própria segurança pública, muitos PM agiram de forma deferente diante de uma abordagem dessa.  Já que o bandido tem mais direito que a guarnição, não se assustem quando o número de armas apreendidas cair e drogas e carros roubados não forem descobertos.
O que a justiça e as medidas adotadas pela Corregedoria estão fazendo, cooperara indiretamente para aumentar o número de PMs   corrompidos pelo sistema do crime organizado. Pois bem, já se escuta nos bastidores dos quartéis que muitos PMs não vão mais apreender armas nem drogas. Sim, foi o que aconteceu no Rio uma tropa desmotivada, baixos salários e confronto com o judiciário apoiado pela alta cúpula da segurança.  Hoje, a PM do Rio padece submergida na corrupção, crimes e envolvimentos com traficantes e milicianos. É  isso que queremos para Alagoas?







A intervenção no Rio deveria ser total




A intervenção militar na força de segurança do Rio de Janeiro foi positiva quanto a demonstração, imparcialidade e organização militar com aquelas comunidades comandadas por milicianos e traficantes. O poder público estadual e municipal carioca inoperante, sem vontade e co-responsáveis por essa realidade, hoje presente, amarga o pão azedo em 40 anos de abandono e esquecimento.  
Os políticos que comandaram os destinos governamentais do estado do Rio nesses últimos 50 anos, todos foram responsáveis, seja diretamente ou indiretamente, pelo que hoje é insuportável e que tem os maiores índices de crimes, violências e mortes de inocentes.



Não será possível solução para essa guerra urbana no Rio, se os chefes e argentes de polícias corrompidos não forem afastados e presos. Se os comandos e seus subordinados que tiram o segundo expediente nas milícias ou como segurança armados de traficantes, não forem presos e desligados das corporações.
A guerra mortal e fora de controle e o sucateamento das corporações e delegacias do Rio de Janeiro, já conta seus mortos. O número de policiais mortos só esse ano no Rio de Janeiro, chega assustar os mais otimistas comentaristas de segurança da Rede Globo. Sim, uma imprensa que manipula informações para conseguir benefícios de patrocínios manchados com sangue jorrados todos os dias aos olhos das autoridades e juízes de custodias.





A intervenção no Rio deveria ser total, o atual governador, membro da quadrilha do ex-governador Cabral, preso, não tem as mínimas condições éticas de permanecer a frente desse Estado que chora e clama por soluções.



Quanto os projetos da UPPs já deveriam ter terminados, essas bases frágeis já corrompidas, não resolveu e nem resolveram e nem venceram o poder bélico e covarde dos imperadores do crime, seja milicianos ou traficantes.  
Estão brincado com fogo, e a qualquer momento podem se queimar.

Jornalista Elias Barboza