terça-feira, 21 de outubro de 2025


LANÇAMENTO DO LIVRO

RENILDO, POLITICO E HOMOSSEXUAL,

TORTURADO ATÉ A MORTE



DIA 3 DE NOVEMBRO DE 2025

CENTRO DE CONVENÇÕES DE MACEIÓ

ESTANDE DA BIBLIOTÉCA PÚBLICA DE ALAGOAS

GRACILIANO RAMOS/SECULT







Instagram -  @eliasbarboza6


 

 

A semente do caos versos - a semente de Deus

 

Alguns anos atrás, ouvi uma linda história que compartilharei com todos. Foi em uma viagem inesquecível, uma daquelas que ficam gravada em seu subconsciente para a eternidade. O ano foi 2008 para cidade de Fortaleza, em que, participei de um congresso de lideranças classistas de policiais militares do Brasil. No segundo dia, foi formidável, um dia que até hoje não esqueci. Um dos palestrantes do Seminário foi o escritor Cesar Romão, jornalista, advogado e conferencista, que ao longo de sua trajetória literária, escreveu mais de 30 livros, em sua maioria, autoajuda.

Quando Cesar Romão iniciou sua fala, sobre principalmente como escreveu, como pensou e o desfecho de seu livro, a Semente de Deus, meus olhos encheram de lagrimas. Eis o que disse o escritor- “Este livro conta a trajetória de um homem que volta ao bairro onde nasceu na tentativa de encontrar suas raízes e tem como objetivo transformar as pessoas, fazendo-as acreditar que uma força maior a guia e ampara, mesmo quando não se pode senti-la ao alcance das mãos.

Por que esse preambulo? O mundo assiste, em sua maioria, calado sem questionar, as arbitrariedades que o primeiro ministro de Israel vem praticado em uma guerra que ele mesmo incentiva em nome de um deus que não é o verdadeiro Deus. A matança de inocentes, sobretudo mulheres e crianças, chocam os que tem compaixão e que ama o verdadeiro Deus. Nas escrituras diz- Deus é amor e se Deus é amor não é a favor de mortes ou de guerras. Há um genocídio frenético e desumano contra os povos palestinos, ademais contra os povos Árabes, que tem suas crenças em Alá, e nós temos que respeita. Tradições! Todas civilizações espalhadas pelo mundo tiveram e tem suas tradições e costumes. O ocidente capitalista que espalha os lixos tóxicos pelos oceanos, degradam a natureza com suas poluições escravagistas, são os mesmos amantes das armas e das guerras, que querem impor suas loucuras existenciais e diabólicas sobre países soberanos.

Crianças e mulheres famintas gritam por comida e água, vilipendiados em vossas próprias terras. O exército criminoso de Israel não tem compaixão, ao longo de décadas oprimem e matam até mesmo seus próprios irmãos.



 

Renildo — o homem que desejou apenas amar diferente

O novo livro do jornalista Elias Barboza, lançamento dia 3 de novembro de 2025 na BIENAL, revive um caso emblemático de preconceito e injustiça ocorrido em Coqueiro Seco em 1993 - um vereador foi cassado por assumir sua homossexualidade.



Em 1993, no pequeno município de Coqueiro Seco, em Alagoas, um episódio marcaria para sempre a história política e social do estado. Um vereador recém-eleito, Renildo José dos Santos, ousou quebrar o silêncio de uma época marcada por preconceitos e tabus. Assumiu publicamente sua homossexualidade — um gesto simples, mas revolucionário — e pagou um preço alto demais por isso: o afastamento, a cassação e, mais tarde, a morte cruel. Três décadas depois, essa história ainda ecoa nas memórias de quem testemunhou a intolerância institucionalizada e a omissão das autoridades diante de uma violência que ultrapassou os limites da política e da moral. O jornalista e escritor Elias Barboza, conhecido por sua escrita corajosa e investigativa, lança agora seu sexto livro, que resgata essa trajetória dolorosa e necessária. Uma obra que não apenas denuncia, mas também homenageia a resistência de um homem que desejou apenas o direito de amar diferente. Renildo chegou à Câmara Municipal de Coqueiro Seco cheio de esperanças. Jovem, determinado e com um discurso voltado para os direitos sociais e a igualdade. Após assumir publicamente sua homossexualidade, um grupo de vereadores protocolou um pedido de afastamento por 30 dias, alegando “quebra de decoro parlamentar”. O gesto, além de injusto, refletia o preconceito entranhado nas estruturas políticas e religiosas da época. Pouco tempo depois, o afastamento se transformou em cassação, aprovada pela maioria da Câmara — um ato que simbolizou o quanto a intolerância era capaz de silenciar vozes dissidentes. Renildo não cometeu crime algum, sua “falha” foi ter coragem de ser quem era. 

Uma história que o tempo não apaga 

O caso ganhou repercussão, dividiu opiniões e revelou as feridas de uma sociedade que ainda não estava preparada para lidar com a diversidade. Enquanto parte da população via em Renildo um exemplo de autenticidade, outra parcela o condenava, alimentando discursos de ódio e exclusão. A obra reconstrói os fatos com rigor jornalístico, mas sem perder o olhar humano sobre o personagem central — um homem que amava, sonhava e acreditava na política como instrumento de transformação. Mais do que resgatar um episódio, o livro provoca reflexão. O que mudou desde então? Ainda hoje, em pleno século XXI, pessoas continuam sendo perseguidas, humilhadas e assassinadas por serem quem são. A história de Renildo, portanto, não é apenas passado. É espelho do presente e alerta para o futuro. Nessa narrativa jornalística através da escrita, o autor devolve voz e dignidade a um homem que tentaram apagar da memória coletiva.

“Renildo – político e homossexual, torturado até a morte” é uma obra que desafia o leitor a encarar a verdade que muitos tentaram esconder. Um relato doloroso, mas necessário, que mostra que o amor, mesmo em meio à violência e à intolerância. Ao reconstituir essa história, Elias Barboza não apenas presta homenagem a Renildo, mas também denuncia o mecanismo perverso que tenta silenciar os diferentes. Seu livro se insere na tradição do jornalismo investigativo com compromisso ético e social, que busca não apenas narrar, mas transformar. Cada linha do livro é um convite à empatia, uma ponte entre o passado e o presente, entre a dor e a esperança. 

O lançamento deste sexto livro de Elias Barboza promete emocionar e provocar. Em tempos de retrocessos e discursos de ódio, obras como esta reafirmam o papel fundamental da literatura e do jornalismo: dar voz a quem foi silenciado. No final, o leitor é levado a uma reflexão inevitável: quantos “Renildos” ainda sofrem em silêncio, privados do direito de existir plenamente? 



 *Elias da Silva Barboza – graduado pela Universidade Federal de Alagoas – UFAL em música – canto e Comunicação Social Jornalismo. Professor de canto, instrumentista, cantor, poeta, escritor, jornalista e subtenente da reserva da Polícia Militar de Alagoas. Natural da cidade de Maceió, mas abraçou Arapiraca como segunda casa. Hoje, mora em TaquaranaAL.